Se você pudesse conscientemente criar o futuro que deseja - como quem acorda de manhã e escreve um sonho - como ele seria?
Essa semana fiquei pensando muito sobre qual é o futuros possíveis pra gente: pra mim, pra você que me lê e para quem tá a margem. Queria te contar um pouco dessa viagem (mental) bem doida, que provavelmente te falaria numa mesa de bar, e que começou com uma matéria de jornal e terminou em uma aula de pós graduação.
Lembrando que: obviamente existem diversos estudiosos que tem as respostas para essas perguntas, mas também é um processo até encontrá-los.
Pega seu cafezinho, dá play nessa aqui e bora!
Comecei uma pós graduação em Estudos e Design de Futuros, então muitos papos futuristas vão aparecer por aqui. Essa semana estávamos discutindo sobre tecnologias mil, e de como - inconscientemente - acreditamos que futuro é progresso mas nem sempre é assim, falei um pouco disso aqui.
O futuro é um fato, mas o que VEM AÍ nem sempre é um cenário positivo. E quando sim, pode não ser positivamente igual pra todos. E é também por isso que trabalhamos com a ideia de futuroS. No plural!
Inclusive, o próprio Elon Musk pediu pra parar todas as máquinas por risco à sociedade (não que ele se importe de fato).
Na aula, falávamos sobre tecnologias mil: Web3, OpenAI, ChatGPT, ChatGT4, e tudo isso que é a cara da Fast Company… passamos pela imagem fashionista do Papa - que foi gerada por IA, os perigos das Fake News, o futuro da IA e os direitos dessas imagens.
É como uma grande história distópica e conflituosa…
Enquanto ouvia a discussão, me lembrei que, durante o final de semana, acontecia diversas ações repressivas, em uma verdadeira crise humanitária televisionada (pelo Datena!).
E ao mesmo tempo rolava um evento gratuito com direito a artista internacional e tudo, na Praça das Artes - ou seja, poucas quadras separam um evento e outro.
Profissionais conceituadíssimos estão pensando o futuro, seja ele qual for. Mas, como podemos garantir o desenvolvimento social para acompanhar esse progresso tecnológico?
Vão me dizer que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Mas, quem tá olhando pra cá? Quais são os futuros possíveis pra quem tá a margem? São diversos os futuros, e por isso dizemos no plural: o futuro das máquinas, o futuro da contracultura, o futuro ancestral, o futuro do presente… o que sobra pra essas pessoas?
Como podemos dialogar e construir caminhos para viabilizar o direito das coisas se ainda uma Grande parcela da população não tem seus direitos básicos garantidos?
O sistema já é uma grande máquina de moer gente, (n)o futuro não precisa ser!
Pausa para os comerciais!
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Uma Dose do futuro que eu quero
💡 Muhammad Yunus criou uma teoria que fala do mundo de três zeros: a pobreza zero, desemprego zero e emissão de carbono zero. [leia aqui]
💡O artigo The Shady Business of Selling Futures fala um pouco da importância de apoiar organizações que ajudam a construir um futuro mais democrático e justo - pra sair da ótica do futuro que construíram pra nós. [leia aqui]
Uma Dosinha do que rolou por aí
Burger King atualizou suas coroas e criou novos modelos inclusivos para celebrar a diversidade. [leia aqui]
O Ligue 180 agora funciona no zap. [leia aqui]
Da minha aba pra sua
O que assistir 📺 : TRETA
Despretensiosamente dei play nessa série da Netflix que, logo nos primeiros minutos, prometeu muito. É sobre diferença de classe, insatisfação, impulsividade e vingança com um tom ácido de comédia.
O núcleo principal é asiático, com a Ali Wong e o Steven Yeun.
O que ouvir 🎧: Entre Sessões - ep. do Podcast Vibes em Análise
Com o aumento das conversas sobre saúde mental e o boom do #TikTokTherapy, a psicánalise e a terapia viraram assuntos comuns. Esse episódio traz um questionamento muito interessante sobre até onde vai uma análise e até onde a psicanálise pode ir na nossa vida e na cultura, para além das quatro paredes de um consultório?
Quem seguir📱: Jorge, The Bulldog
Imagina um Bulldog Inglês falante e com muuuita personalidade. É a coisa mais fofa e rabugenta, né? O Jorge é o doguinho da Laura, e eles arrasam muito no TikTok. Ela usa a voz de malandro (recurso de narração do TikTok) pra narrar os vídeos do Jorge e agora eu me recuso a acreditar que ele não fala de verdade.
Chegou até aqui? Que tal compartilhar com seus amigues?
Estava pensando exatamente sobre isso neste final de semana e é uma loucura como no cotidiano temos contato com muitas dessas facetas diferentes, é uma interseccionalidade diária, e as vezes, bem árdua.
Uma música que sempre me deixa lombrada das ideias é "Semana que vem". "O futuro é o presente e o presente já passou".
Junto à toda a automatização da vida atualmente e essa enxurrada de informações, além das frustrações pessoais por uma sociedade movida pelo desempenho neoliberal, somos também a frustração de uma geração passada que presenciou o vôo do aeroplano e esperava o carro espacial, a vida na Lua...
A humanidade - pra não dizer os bilionários com dinheiro e tempo pra planejar essas bobajadas megalomaníacas - tem uma obsessão descomunal por voar, por sair da terra. O progresso sempre envolve sair do mundo, criar algo novo. A gente não consegue discutir sobre ou aperfeiçoar o que já temos. Não colocamos o pé no chão pra nada.