Legging legs: Por que estamos obcecados com magreza?
Legging legs, Carnaval de SP, Visibilidade Trans, Barbie fora do Oscar | Dose de Impacto #18
ois!
apesar de 2024 já estar a todo vapor, por aqui o primeiro mês do ano foi mais calmo, respirando devagar, planejando… outro ritmo! estou animada e com várias novas ideias para explorar novos futuros por aqui. você vem comigo?
📝 Você sabe o que é “legging legs"?
Se você é da geração tumblr, você provavelmente lembra da obsessão de mulheres muito jovens em ter thigh gaps, que é o espaço entre as coxas. Durante anos isso foi considerado uma característica estética positiva por remeter a um corpo magro e com pernas finas. As “legging legs” segue o mesmo conceito!
O termo começou a ganhar popularidade nas redes sociais no final do ano passado e a hashtag era populada por mulheres jovens exibindo seus corpos e pernas magras - ou “pernas perfeitas para usar legging”.
A questão é que esse tipo de tendência glorifica determinados corpos e demoniza outros. E é tão prejudicial que o tópico foi banido pela própria plataforma devido preocupações de que incentivasse imagens corporais negativas e pudesse promover comportamentos relacionados a transtornos alimentares. Hoje quando você busca pelo termo na plataforma, você vai direto nessa página:
Por que estamos obcecados com magreza?
Toda e qualquer situação que passa por me alimentar perto de pessoas fora da minha bolha vejo muita gente falando de dieta, recusando pratos deliciosos para construir um corpo que talvez, por genética, não alcancem nunca. E, óbvio, a dieta não é o problema, a reeducação alimentar pode nos ensinar coisas incríveis sobre nosso corpo. Mas a busca incessante por um corpo padrão muitas vezes (pra não dizer quase nunca) não é saudável. E achei que tínhamos entendido isso ainda em 2015, com o Movimento Corpo Livre!
A volta da estética dos anos 2.000 - marcada pela cintura baixa; Kim Kardashian retirando BBL - uma cirurgia para ficar com o corpo mais curvilíneo; e as mudanças sociais cíclicas contribuem para que hoje estejamos afundados até o pescoço de práticas não saudáveis, conservadorismo e afins que deveríamos ter superado. Mas não superamos…
Esses dias estava rolando o feed do TikTok e apareceu na minha ForYou um vídeo de uma moça aplicando um medicamento injetável e contando sobre seu processo de emagrecimento. Esse remédio, que na verdade é para tratar diabetes, está super em alta mesmo com evidências científicas que comprovam que o tal remédio causa sérios problemas digestivos além de outros efeitos colaterais, como o “Rosto de Ozempic”. O questionamento que fica é:
Por que se tornou ✨ cool ✨ consumir drogas - que sim, são liberadas - mas que são completamente prejudiciais ao nosso corpo?
O mesmo questionamento vale para a normalização do “suco”, "juice", “ciclos” ou qualquer outro termo referente a anabolizantes.
O fato é que nunca superamos a insatisfação com nosso corpo e tem muito caminho para percorrer para que as gerações mais novas não sejam expostas desde tão cedo à comportamentos que são prejudiciais a saúde.
Off: enquanto escreve essa news acabei de ver que vai passar sobre isso no Fantástico.
🎊 Carnaval começou real, e só pra não dizer que não falei dele:
Saiu na Forbes que o Carnaval de rua de São Paulo gera bilhões e já é o maior do Brasil. No ano passado, os 462 blocos de rua da capital reuniram cerca de 15 milhões de pessoas e tiveram um impacto econômico estimado em R$2,9 bilhões somente com turismo. O gasto médio dos turistas é de R$ 1.150 durante 4,6 dias.
🏳️⚧️ Visibilidade Trans
É preciso que nós possamos ter políticas públicas para enfrentar toda a lógica de exclusão que a transfobia expressa, inclusive dentro do próprio parlamento. Por isso é fundamental que nós estejamos aqui com a defesa dos direitos da população trans, com uma marcha que conta com pessoas de todo o Brasil
Erika Kokay
Deputada federal PT-DF
Veja como foi a primeira “Marsha” Nacional pela Visibilidade Trans que reuniu ativistas por direitos das pessoas trans e travestis na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O termo “Marsha” é uma referência à ativista norte-americana Marsha P. Johnson.
Pra não perder de vista: Brasil tem um assassinato de pessoa trans a cada 3 dias, aponta relatório.
🎞️ Oscar
Nas últimas semanas aconteceu as indicações ao Oscar e grande parte da internet ficou em choque com as indicações do filme Barbie. Nem a Margot Robbie (atriz que fez a Barbie) e nem a Greta Gerwig (diretora do filme) foram indicadas em suas respectivas categorias. De um lado, há os defensores ferrenhos de que isso foi um erro e “machismo escancarado da academia”; do outro, pessoas tem outros pontos bastante válidos sobre isso:
Não estou incomodada com o fato de as pessoas estarem desapontadas com o fato de seu filme favorito sobre o poder feminino ter recebido oito indicações em vez de 10, mas estou irritado com o argumento deles: que é misógino que Greta Gerwig e Margot Robbie não tenham recebido indicações específicas, minimizando completamente as indicações. de mulheres negras como Ferrera, Danielle Brooks e Da'Vine Joy Randolph - todas indicadas pela primeira vez ao Oscar de Atriz Coadjuvante - bem como Lily Gladstone, que é a primeira mulher indígena nos 96 anos do Oscar a ser indicada para Melhor Atriz.
Writer @lolaannamendez and Somos deputy director @raquelreichard.
Pra não perder de vista: De Fernanda Montenegro a Carlinhos Brown, conheça os brasileiros que votam no Oscar 2024.
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🔎 Uma Dosinha do que rolou por aí
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