O quanto de IAs generativas cabem em um país desigual?
Desigualdade digital, Dia do Meio Ambiente, Marco Temporal, IA no TikTok e outros sinais de mudança | Dose de Impacto #13
A Dose tá atrasada e nem é por uma boa causa. Parece que não mas colocar pensamentos em palavras exige bastante, nem sempre criar é tranquilo (podia ter usado ChatGPT mas tem coisa que ele não faz)! Mas, confia no processo!
E pra compensar o atraso tem muita ref e baaaastante coisa que rolou por aí nos últimos 15 dias.
📝 O quanto de IAs generativas cabem em um país digitalmente desigual?
Não tem pra onde correr, esse é o assunto do momento. Muito do que entendemos sobre criatividade, propriedade intelectual, trabalho e afins, tem sido alterado com o boom da inteligência artificial. Não dá pra ignorar que é um tópico relevante!
Porém, o quanto de espaço tem pra essas novas tecnologias em um país pautado na desigualdade? Eu também falei um pouco sobre esses cenários de futuros conflituosos na Dose#11, e sobre como no capitalismo, só da pra ganhar quando o outro perde. O incômodo é que quem perde, perde o tempo todo e sempre pior!
O artigo "Don't let AI fears of the future overshadow present day causes” diz um pouco sobre como estamos todos com olhos abertos e vidrados com medo do futuro e negligenciando questões importantes que deveríamos prestar mais atenção.
A desigualdade digital também é um problema do brasileiro. Enquanto estamos criando novos mundos com a tecnologia, uma parcela da população ainda não tem nem internet em casa. Segundo a pesquisa TIC Domicílios de 2022, só 60% dos domicílios das classes D e E tem acesso à internet. Esse número é chocante contraposto com os 100% da classe A, 97% da classe B e 87% da classe C.
A falta de acesso à internet gera desigualdade na comunicação, dificuldade de acesso a educação, inibe vozes, impede a criatividade de um grupo e o desenvolvimento de possíveis soluções inclusivas e diversas. Sem contar a dificuldade de acesso a coisas mais práticas que são facilitadoras e hoje dependem da internet.
Esses dias estava lendo que o TCU (Tribunal de Contas da União) quer acabar com a desigualdade de conexão, mas tem colocado a conta nas costas da massificação da internet, do 5G e de outras políticas da Anatel. Porém, esse artigo traz pontos bem interessantes pra entender que a razão para a desconexão tá do lado da demanda - com a baixa escolaridade e capacidade financeira - e não necessariamente da oferta.
O futuro tá chegando diferente nos lugares, e pra alguns grupos não é por fibra ótica.
O MTST, em parceria com a Universidade de Toronto, desenvolveu uma cartilha muito interessante sobre organização, soberania digital e a luta por direitos.
Queremos não só acesso significativo às tecnologias, à Internet, à educação digital e midiática, mas direcionar o rumo tecnológico para quem realmente realiza a transformação social nos territórios.
Tem bastante caminho pra percorrer e pra diminuir a disparidade de conexão, é preciso resolver outros problemas muito complexos que temos ignorado.
E falando de desigualdade…
Não é novidade pra ninguém que o Brasil é um país extremamente desigual. O boletim Desigualdade nas Metrópoles, divulgado recentemente sobre o último trimestre de 2022, mostrou que 10% dos brasileiros mais ricos e que vivem nas regiões metropolitanas ganham 31,2 vezes mais que 40% dos cidadãos mais pobres.
Enquanto a renda dos 10% mais ricos gira, em média, R$ 7.933,66, os mais vulneráveis têm renda per capita mensal de R$ 253,95. Já os brasileiros classificados como intermediários, que somam 50% da população, têm renda de R$ 1.530,96.
E pra jogar a última pá de cal (como diria minha mãe), existe um Censo Bilionários, realizado pelo Wealth-x, e o Brasil foi o 14° país com mais bilionários no mundo em 2022.
Eu não conheço nenhum bilionário, você conhece algum?
🤔 Uma Dose sobre Meio Ambiente
💡 Dia 5 de Junho é celebrado o dia do Meio Ambiente. O governo federal brasileiro escolheu a data para lançar a 5ª fase do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDam). O plano é organizado em quatro eixos e tem cerca de 150 metas. [veja aqui]
💡 Sem a natureza não tem ancestralidade.
E consequentemente não tem futuro.
Em meio à escassez de espaços verdes em boa parte da cidade, comunidades de candomblé e umbanda têm desempenhado um papel significativo para a preservação ambiental em bairros periféricos de Guarulhos/SP. [leia aqui]
🔎 Uma Dosinha do que rolou por aí
Os ventos das mudanças sinalizam o futuro
A Agência Mural, com apoio da Fundação Tide Setubal, oferecerá treinamentos e atividades práticas sobre jornalismo das periferias. As inscrições para o programa vão até 12 de junho. [leia aqui]
O Prêmio Pretas Potências premiará 150 iniciativas de pessoas pretas da música instrumental, artes cênicas, artes visuais, literatura, audiovisual e patrimônio imaterial. As propostas são inscritas via edital e avaliadas por uma comissão curatorial. [leia aqui]
A YOUPIX, a Digital Favela e o Data Favela tão rodando uma pesquisa pra entenderem a realidade do criador de conteúdo das favelas do Brasil. [leia aqui]
Depois do sucesso de São Paulo, vai rolar Expo Favela Rio, evento que conecta morro e asfalto. [leia aqui]
Mesmo com protestos de representantes de povos indígenas no Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que estabelece o "marco temporal". [leia aqui]
Novela da Disney ou princesa da Globo? Globo e Disney, duas gigantes do audiovisual, anunciaram parceria de coprodução de filmes. [leia aqui]
Criadores do TikTok tem usado inteligência artificial para recriar histórias decoloniais e repensar o passado para desenhar futuros. [leia aqui]
As mudanças de hoje resultam em um mundo do trabalho diferente amanhã. Um ótimo exemplo é que, após três anos de uso de máscara, treinadora de sorrisos é uma ocupação requisitada no Japão. [leia aqui]
Ator indígena Adanilo, foi para o tapete vermelho em Cannes, na França, representando o filme “Eureka". O filme trata dos problemas enfrentados pelos povos originários das Américas do Norte e do Sul e a importância da preservação das tradições ancestrais. [leia aqui]
O sistema penitenciário dos EUA tem apostado na realidade virtual para a ressocialização de pessoas privadas de liberdade. [leia aqui]
Faz sentido boicotar um filme por não atender as expectativas raciais da audiência? A bilheteria de “A Pequena Sereia” tem sofrido o impacto das críticas racistas ao filme. [leia aqui]
TikTok lança chatbot próprio com inteligência artificial para auxiliar e personalizar ainda mais as buscas no app. [leia aqui]
Trap supera o Sertanejo como gênero mais ouvido no Spotify. [leia aqui]
Já ouviu falar em “Filiprimos"? Dizem que as Filipinas é como um "mini-Brasil” na Ásia e muito disso vem do colonização, religião, clima, festas e o jeito das pessoas. [leia aqui]
França vai regularizar o trabalho dos influenciadores que não vão poder promover cirurgias estéticas e joguinho de azar. [leia aqui]
Depois de ter passado por Tóquio e Dubai, "The Square São Paulo", ativação da Bottega Veneta, propõe que artistas e obras de arte celebrem a cultura e a criatividade brasileira no 10° aniversário da marca. [leia aqui]
👩🏾💻 Da minha aba pra sua
Vamos trocar figurinha?
Quem seguir📱: @luscaxx
O Lusca é um creator que usa suas redes sociais pra falar de moda acessível, lifestyle, outfits e outras coisas mais. Ele tem feito uma série de conteúdo no Reels para falar sobre as relíquias da moda da periferia. Se você veio do subúrbio, provavelmente já teve contato com o famoso Nike Shokx e/ou a Touca Medusa, da Oakley.
O que ler 📖: Geração CTRL+Z Pelas Lentes Latinas
O estudo desenvolvido pelo Grupo Consumoteca desvendou o comportamento da Geração Z da América Latina, que tem comportamentos específicos e diferentes da Geração Z de outras regiões. É interessante pra entender os tempos atuais e o comportamento de consumo e transformação dessa galera.
📆 Pra ficar por dentro de outras Doses 📆
📝 Tem muita gente fazendo muita coisa legal por aí
📝 O futuro também é o produto de bilhões de escolhas individuais.
📝 Qual o futuro possível para nós?
Avisos finais! ⚠️
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