Qual o impacto de novas narrativas para mudanças que importam?
Meninas progressistas, mulheres futuristas, Beyoncé country, marcas e publicidade e muito mais | Dose de Impacto #19
ois!
tem de tudo um pouco nessa edição aqui. e tinha muito mais pra falar! mas criar também é sobre (não) decidir os caminhos pra seguir. enfim, já estamos em março (achei que passou rápido) mês das mulheres, quem aguenta falar de violência de gênero ainda? poxa, 2024 já. queria propor outras coisas!
✨ a dose tá de carinha nova, graças à Estudio Riso que me ajudou a entender a verdadeira id da dose para construir uma narrativa visual vibrante e interessante. tem muita coisa massa pra mostrar! ✨
📝 Uma geração de meninas mais progressistas
E de homens jovens cada vez mais conservadores.
É o que diz o artigo “A new global gender divide is emerging”, do Financial Times. O artigo mostra que existem duas geração Z, não uma. E eu diria que até bem mais, mas não vem ao caso agora! A questão é que:
Em países de todos os continentes, abriu-se um fosso ideológico entre homens e mulheres jovens. Dezenas de milhões de pessoas que ocupam as mesmas cidades, locais de trabalho, salas de aula e até mesmo casas já não concordam.
Os dados da pesquisa e do artigo mostra que a discordância entre homens e mulheres de 18 a 30 anos cresceu nos últimos 10 anos, e a divergência é especialmente acentuada quando o assunto é política — principalmente em temas como desigualdade de gênero, imigração e justiça racial.
Esse fenômeno é atribuído ao avanço de movimentos sociais, como o feminismo. Ou seja, esse é o poder de novas narrativas. O conhecimento pode libertar (não que seja esse o caso necessariamente)! Converse com as meninas e fale sobre direito das mulheres com as mulheres da sua família! ✨
📝 O futuro é feminino!
É essencial olhar para o futuro pela ótica feminina. De mulheres negras, amarelas e indígenas; de mulheres gordas, magras e midsize; de mulheres cis e trans; de mulheres que vivem em países culturalmente conservadores e progressistas… enfim, mapear projetos liderados por mulheres, observar e acompanhar mulheres, entrevistar mulheres inspiradoras, mulheres construindo cenários e estratégias para futuros possíveis e desejáveis.
A Lydia Caldana, da Future Resources, compartilhou um mailing de ouro de mulheres que trabalham com Foresight para acompanhar, para seguir, para ter em mente que “ a indústria está repleta de mulheres brilhantes, diversificadas e globais e, ainda assim, quase todas as posições de liderança estabelecidas nas consultorias/departamentos de previsão são chefiadas por homens brancos europeus/americanos.”
Fui sensacionalista nesse título, tá? Mas, a juventude redescobriu as bibliotecas públicas e o cinema nacional. Isso significa um novo momento para produções literárias e cinematográficas?
📱 A publicidade foi longe demais?
Esses dias no Twitter reclamaram do envelopamento do vagão do metrô com publicidade e gerou um discussão muito interessante: o quanto de publicidade e conteúdo de marca o brasileiro médio ainda aguenta?
Digo por mim, apesar de trabalhar com isso - e talvez também por isso, eu estou um pouco cansada de marcas. Óbvio que no capitalismo tudo se torna um produto comercial, mas não quero receber anúncios enquanto assisto BBB, enquanto volto do trabalho de metrô e/ou quando estou vendo os stories dos meus amigos. Eu quero poder só fazer essas atividades cotidianas sem ser contabilizada depois nas métricas de uma marca que eu nem me identifico.
A Itamara Ferreira, designer de marcas, fez uma provocação bem interessante em resposta a isso:
Vale ler o pensamento todo aqui.
Outra coisa que me incomoda é, não basta ter se inserido em todos os espaços públicos e privados, depois da era da sustentabilidade & diversidade, marcas querem ditar narrativas e modos de ver o mundo. Não to dizendo que não devem fazer parte da cultura, mas tem vários jeitos mais amigáveis de fazer.
E se você se interessa por esse universo, tem uma entrevista do Forest Young, designer e “brand guru", que quando questionado sobre o momento atual das marcas, ele diz:
Tal como acontece com o greenwashing, talvez todas estas coisas que estamos a construir e a fazer não sejam uma história de progresso. Talvez estejamos tornando o mundo pior, não melhor! Acho que isso nos fez questionar: se branding tem tudo a ver com a criação de um espaço sedutor de imaginação que alinhe produtos e resulte em algo que esperamos e acreditamos coletivamente, estaremos acreditando nas coisas erradas?
🤠 A era country da Beyoncé - a mulher sabe muito bem o que faz!
Se você não a acompanha e/ou ficou sem acesso aos movimentos da cultura pop nos últimos meses: a era country de Beyoncé vem aí! E isso tem impulsionado a busca, o streaming e os números de outras cantoras negras do country.
Assim como a maioria dos gêneros musicais populares, foram pessoas negras que começaram a música country nos EUA.
A história do country começa com o banjo (que eu amo), e o banjo moderno é descendente de um instrumento da África Ocidental, feito de cabaças, chamado Akonting.
Quando pessoas escravizadas foram levadas da África para a América, seus instrumentos vieram com elas. Durante quatrocentos anos, essas pessoas criaram a sua própria música, hinos, espirituais e canções de campo – todos com raízes na música africana. Assim, na década de 1840, o banjo era visto como um instrumento exclusivamente negro; era inédito um branco tocar banjo. [leia mais]
Tem muito que falar de musicalidade negra, e de Beyoncé especificamente. Mas mudar as narrativas que conhecemos também é sobre isso aí, contar a história pela perspectiva do invisível!
🤝 Vamos co-criar?
Se você gosta do que vê por aqui e seu projeto, marca ou negócio precisa de ideias, inspirações ou pitacos sobre como se inserir na cultura, compreender e desenhar cenários futuros com impacto positivo e como se manter relevante no digital, me mande uma mensagem! 👩🏽💻
Posso te ajudar em sessões de brainstorms/workshops/sprints criativos e te auxiliar com pesquisa criativa sobre diversas narrativas. Se você precisa de um help para se inserir na cultura, você pode me mandar um e-mail para pensarmos uma forma de colaboração. Te espero!
🔎 Uma Dosinha do que rolou por aí
Os ventos das mudanças sinalizam o futuro
O Boticário distribui ferramentas para tornar produtos de beleza mais acessíveis 🇧🇷 São duas as ferramentas: uma que impede que embalagens escorreguem e ajudam na abertura de embalagens de perfume, produtos de cabelo etc e um engrossador que pode ser usado para ampliar a usabilidade de produtos como batons, pincéis e cremes. Serão distribuídos 10 mil unidades de forma gratuita em lojas do Grupo Boticário. [leia aqui]
OpenAi anuncia Sora, ferramenta que transforma texto em vídeos 🌐 O vídeo é gerado a partir de prompts de texto e o resultado é impressionante. O sistema de IA é treinado em milhões de imagens de vídeo rotuladas para criar imagens com base nas descrições dos usuários. Ainda não está disponível para todo mundo! [leia aqui]
Iris Apfel, ícone da moda e do design falece aos 102 anos 🖤 Conhecida por seus looks irreverentes e chamativos, misturando alta costura e bijuterias oversized. “Não sou bonita e nunca serei bonita, mas isso não importa”, disse ela uma vez. “Eu tenho algo muito melhor. Eu tenho estilo” [leia aqui]
Instituição de causa animal recebe mais aporte que projetos que acolhem crianças 📊 A pesquisa “Varejo com Causa” também mostra que 69% dos consumidores se sentem apreensivos com causas socioambientais como violência, saúde, desigualdade social, manejo de resíduos, fome e educação. [leia aqui]
Para saber mais sobre a Ilha do Marajó, ouça as vozes do território 🇧🇷 Não reproduza narrativas sem saber de onde vem, pode ser prejudicial para um território e seus habitantes. O Marajó tem problemas e riquezas. O que precisa é de políticas que garantam acessos a direitos básicos e a uma perspectiva de futuro melhor. [leia aqui]
Se você leu até aqui, espero que a dose tenha feito sentido pra você igual fez pra mim.
Me conta por e-mail o que achou: dosedeimpacto@gmail.com 😊