Quanto vale consumir de forma consciente?
Consumo consciente, Mês da visibilidade lésbica, incêndio em Maui, negro na Amazônia | Dose de Impacto #16
📝 Propósito x realidade financeira!
Há algum tempo tenho pensado com meus botões sobre o impacto e poder das nossas escolhas cotidianas. Não só no planeta e no meio-ambiente, mas em uma escala menor, em como a gente se sente. Digo sobre aquelas escolhas que parecem que vão facilitar nossa vida (sim iFood, Uber e Shein - estou falando de vocês!), mas que deixam um gosto amargo na boca.
A sensação pós comer um lanche ruim de fast-food (sem terrorismo, é que as vezes é difícil de engolir mesmo) entregue por entregadores em péssimas condições trabalhistas, não se compara à sensação de preparar a sua própria comida ou, minimamente, ter noção de onde vem o que você está comendo.
Assim como, a sensação de pedir um Uber e pagar R$30,00 para fazer um trajeto que poderia ser feito a pé, ou de transporte público, também não é muito agradável.
Ou ainda como vestir/usar fast-fashion, com toda a problemática da indústria têxtil (não só da forma de produzir mas também de não considerar a diversidade de corpos) não se compara à usar itens de moda produzidos por pequenos empreendedores.
Se você ainda não sentiu isso, observa!
Não é um sentimento único. A GenZ é conhecida por ser uma geração orientada à mudança! São consumidores que buscam consumir de marcas e negócios que geram impacto social e ambiental e que traz um retorno coletivo. A preocupação com o planeta e com o futuro norteia grande parte das suas escolhas.
Mas, a pesquisa global “Millenial e GenZ Survey 2023”, organizada pela Deloitte, mostra que existe uma preocupação financeira de que se torne cada vez mais difícil priorizar a sustentabilidade. Afinal, estamos todos no mesmo barco lidando com crise econômica & mudanças climáticas ao mesmo tempo. Que tempo delícia para se tornar adulto!
Isso mostra que equilibrar propósito com a realidade econômica é muito desafiador. Mas, nossas escolhas cotidianas precisam ser feitas de forma consciente e informada.
Estou dizendo então para priorizarmos sustentabilidade às nossas finanças? Jamais! Sou de capricórnio.
Apenas digo que é importante ter em mente que nossa sensação de bem-estar não se limita apenas ao conforto imediato, como exemplifiquei - de ter acesso a uma comfort food em 40 min sem muito esforço; de não enfrentar os perrengue do transporte coletivo; de conseguir montar um carrinho sem gastar muito - mas também à sensação de alinhamento com nossos valores pessoais e ao impacto que nossas escolhas têm em uma escala maior.
Ultimamente me aproximei muito da Rede Jardim Secreto e tive contato com muitos pequenos empreendedores focados no trabalho artesanal, no impacto positivo e na sustentabilidade. E assim, consumir do pequeno não é barato. Mesmo! Existe toda uma produção que precisa se pagar de forma justa também (e esse é o x da questão). Mas é inspirador saber que existe toda uma economia que gira de forma mais justa e sem exploração.
A mensagem de reavaliar a maneira como consumimos e considerar os impactos sociais e ambientais é um lembrete oportuno e relevante para uma sociedade que enfrenta desafios complexos e interconectados.
Aqui eu falo com quem tem o potencial de escolha. Falo especificamente com um grupo de pessoas que tem recursos financeiros, sociais e emocionais para analisar e reavaliar a forma como consome. Óbvio que falar de “iFood x Slow Food", por exemplo, para quem tem fome não faz sentido. E não é esse o caso! ✨
🤔 Uma Dose sobre o mês da visibilidade lésbica
Por que não estamos falando sobre isso? Dentre listas de filmes (velhos) e livros, não tem um comercial de tv com casal sáfico, uma política pública implementada, uma pauta importante, nos resultados do Google nada atual e relevante. Qual o futuro de quem vive invisível?
Mas, pra não dizer que nada acontece, o Museu da Diversidade Sexual (MDS) vai abrir, no dia 19 de agosto, a exposição “Quando as lésbicas se levantam: a luta e a resistência sapatão nos anos 80”. A mostra conta, por meio de cartazes, cartas, vinis raros e fotos, a história de um dos movimento mais importantes da comunidade LGBTIA+. A expo resgatará a memória do Ferro's Bar, espaço historicamente reconhecido como berço do movimento lésbico brasileiro do começo dos anos 1980.
🔎 Uma Dosinha do que rolou por aí
Os ventos das mudanças sinalizam o futuro
E se pudéssemos entender os animais? Para modificar nossa relação com a natureza, a Earth Species Project, organização sem fins lucrativos, tem se dedicado a traduzir a língua de outras criaturas usando inteligência artificial. 🦍[leia aqui]
Rio de Janeiro proíbe alimentos ultraprocessados em merenda de escolas públicas e privadas. Com entidades ligadas aos direitos de crianças e adolescentes e também da indústria alimentícia, a medida foi votada recentemente e não recebeu nenhum voto contra.🇧🇷🍛[leia aqui]
Incêndio em Maui, em decorrência dos incêndios florestais, é o desastre natural mais mortal no Havaí desde criação do estado. Número de mortos ultrapassou 90 e prejuízo é de cerca de US$ 6 bilhões.🔥🌎 [leia aqui]
Um novo estudo publicado na revista Nature descobriu que a Corrente Meridional do Atlântico (AMOC) pode entrar em colapso em meados deste século, ou até mesmo em 2025. O sistema vital de correntes oceânicas desequilibrado tende a gerar eventos catastróficos para o clima global. 🌊[leia aqui]
Número de brasileiros que se autodeclaram indígena corresponde a 0,83% da população total; mudança na metodologia da contagem é um dos principais motivos do aumento da autodeclaração. 🇧🇷 [leia aqui]
O Marco Temporal varreu uma terra indígena do Censo. Os dados do Censo 2022 relevam terra em Santa Catarina onde não há nenhum indígena; foram expulsos do território. 🇧🇷 [leia aqui]
👩🏾💻 Da minha aba pra sua
Vamos trocar figurinhas?
O que ler 📖: “Encontrei uma Amazônia da cor da minha pele”
“A fotógrafa Marcela Bonfim retrata a Amazônia negra, “que são várias” e muito diferente do que ela imaginava. Tocar a presença e o legado das populações negras na Amazônia significa apropriarmo-nos de parte fundamental da história do Brasil.” Existe uma história negra que a gente não conhece. E acessar essas histórias permite enxergar o Brasil como ele é e poderá ser se valorizar suas raízes africanas.
O que acompanhar 🔎: Femmetopia
A fututorologista Lydia Caldana e a roteirista Maria Clara Pessoa se uniram para vislumbrar como poderá ser o futuro quando a feminilidade for um traço valorizado no mercado de trabalho. Com um olhar intergeracional para a ancestralidade, esse cenário considera um suporte tecnológico e conexão com a natureza. Vale a pena dar uma olhada - e as imagens geradas por I.A estão lindas.
Se você leu até aqui, espero que a dose tenha feito sentido pra você igual fez pra mim.
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